Os convidados do episódio #14 do SENSU TALKS foram as jornalistas Luciana Oncken, proprietária da Banca de Conteúdo e Estúdio Banca Podcast; Thaís Manarini, especializada em ciência e saúde e apresentadora do podcast Ciência Suja; e Juliana Dantas, locutora e apresentadora do podcast Finitude, ao lado de Renan Sukevicius. As três convidadas protagonizaram um instigante bate-papo sobre temas relacionados à saúde e ciência na perspectiva de um meio de comunicação que cada vez mais ganha espaço, o podcast. Com apresentação do diretor da SENSU, Moura Leite Netto, a live foi ao ar em 28 de julho pelo Facebook e YouTube. Esta e todas as lives anteriores estão disponíveis no canal.
O diagnóstico de diabetes levou a jornalista Luciana Oncken a mergulhar no tema e transformar-se em referência na cobertura sobre o assunto. Que diabético é você na fila do pão? foi o episódio #1 do podcast Minha diabetes, minhas regras, que trata o assunto com linguagem leve. “Nos inspiramos em situações cotidianas de quem convive com a doença”, disse. Entre muitos outros projetos nas áreas de saúde e de comunicação institucional, Luciana também tem um blog, no qual compartilha sua experiência e determinação de conviver com o diabetes da melhor forma possível. E a jornalista tem conseguido ir além de seu objetivo, inspirando e motivando muitas outras pessoas com diabetes a cuidar corretamente da saúde.
Com estreia marcada para agosto, o podcast Ciência Suja teve o apoio do Instituto Serrapilheira, instituição de financiamento e apoio à pesquisa e divulgação científica no Brasil. Além do recursos financeiros, Thaís destaca como foi importante o curso proporcionado pelo Serrapilheira para que a equipe pudesse pensar melhor o projeto e entender todos os processos. A jornalista ainda adiantou o tema do episódio de estreia: a fosfoetanolamina, mais conhecida como pílula do câncer. “Mergulhamos nos bastidores dessa história para entender como foi possível um medicamente sem qualquer comprovação científica ser distribuído?”, afirmou. E esse é o objetivo do Ciência Suja, trazer relatos de fraudes científicas para exaltar como a boa ciência é essencial para trazer luz a esses equívocos.
Há três anos com o Finitude, Juliana falou sobre suas experiências na cobertura de temas relacionados a uma situação da qual nenhum ser vivo escapa, a morte. “Ainda carregamos muitos tabus sobre o tema”, destacou. Ela contou como foi rica sua experiência de, no auge da pandemia, ter sido a única jornalista do mundo a ter autorização para entrar no Hospital Premier, em São Paulo, referência em cuidados paliativos, que decretou 100 dias de lockdown na pandemia para proteger seus pacientes, todos idosos e com doenças crônicas, e pode comemorar zero mortes por Covid-19. A reportagem de Juliana rendeu o episódio Confinamento: 3 meses depois, do podcast Finitude, que recebeu menção honrosa da 42ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria produção em áudio.
E para quem deseja transformar um conteúdo em podcasts? Aí, as meninas reunidas nesta live deram uma aula: a primeira dica é o mantra do jornalismo ou de qualquer projeto de comunicação: conheça seu público, saiba com quem deseja falar; ouça muitos podcasts e perceba que não são todos iguais, que há diferentes formatos e tipos de narrativas – alguns podem ser um bate-papo, como uma entrevista, outros adotam uma narrativa mais parecida com um documentário; precisa fazer roteiro e escolher bem a fonte e que deve trazer o assunto, mesmo que seja um estudo científico, de maneira clara, objetiva e didática para que o público leigo entenda. Vale sempre fazer uma pré-entrevista com a fonte. E no meio científico, as especialistas presentes são unânimes: já está em tempo dos pesquisadores se aproximarem da sociedade e isso ficou evidente com a pandemia. Para isso, é preciso fazer a lição de casa e desapegar-se da linguagem que só os pares entendem. O povo precisa consumir ciência e, para isso, ela precisa ser servida de maneira correta e simples! Está aí o desafio.
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